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Caetano Veloso volta a Salvador com a tour “Meu Coco” na Concha Acústica
Depois de quatro noites no Teatro Castro Alves, em maio, Caetano volta a Salvador no dia 5 de novembro na Concha Acústica
Fazer show como parte da divulgação de um LP novo é um hábito velho, do tempo dos discos físicos. O show Meu Coco, que começa turnê nacional em BH, refere-se a esse costume. Mas não é a mesma coisa. Dos que fiz ao longo da carreira, Prenda Minha foi o mais radical em não conter uma só canção do álbum Livro - e ele saiu do show Livro Vivo, eu que mantinha muito do repertório do disco. Acho que só Arnaldo Antunes faz shows com o mesmo setlist do disco correspondente. No show Meu Coco procuro juntar peças marcantes do álbum com obras que registrem momentos históricos do meu trabalho. Mas com o caráter de roteiro quase cinematográfico que nunca me abandona quando projeto um espetáculo. Penso na sequência de canções como quem está diante de uma moviola - ou de um aplicativo de "edição", que é como se chama hoje a montagem. Tenho alma de cineasta, embora não tenha vocação física para a vida de um. Assim, a distribuição de canções novas e canções conhecidas não tem a mera função de agradar aos espectadores que queiram ouvir ao vivo o que aprenderam no novo álbum e aos que busquem reouvir coisas minhas já consagradas. O critério vai muito além disso. A presença de algo antigo mas quase desconhecido - como a de umas e não outras faixas do disco Meu Coco - ilumina o que quer dizer a eventual aproximação de um surrado sucesso óbvio com uma igualmente óbvia canção marcante do álbum novo.
O fato de ter comigo, no estúdio de ensaio e no palco, músicos extraordinariamente dotados me deslumbra e intimida. De Lucas Nunes, um dos prodígios da Dônica e do Bala Desejo, que produziu o álbum Meu Coco comigo, a Kainã do Jeje; de Pretinho da Serrinha a Rodrigo Tavares; de Alberto Continentino a Tiaguinho (também) da Serrinha - é todo um grupo de supermúsicos. Lucas e Pretinho pré-planejaram comigo como andariam os arranjos e eu passei quase todo o tempo dos ensaios seguindo as sugestões que vinham deles. Devo confessar que me sinto deslumbrado e intimidado pela musicalidade deles.
Visualmente, o espetáculo ganhou um presente quase mágico. Hélio Eichbauer, que vinha fazendo os cenários de meus shows desde O Estrangeiro, deixou, antes de morrer repentinamente, um esboço cenográfico que, depois de me ser mostrado por Dedé, que foi minha primeira mulher e viveu casada com Hélio por décadas, foi adaptado por Luiz Henrique, que fora assistente do grande cenógrafo. A adequação das linhas de Joseph Albers aos nossos sons nos diz que Hélio está vivo ali. O show é, desse modo, uma homenagem à sua memória.
A luz que revela as muitas possibilidades dessas formas longevas da Bauhaus foi planejada, sob minha mirada, por Fernando Young e Gabriel Farinon (e é operada por este último).
O desafio de equilibrar os sons de uma exuberante percussão com nossos gestos harmônicos e melódicos (além de poéticos) é enfrentado por Vavá Furquim (que, desde um encontro casual em Nova York nos anos 1980, tem sido o responsável pelo PA de todos os meus shows) e Igor Leite, que controla os in-ears e todo o som que os que tocamos ouvimos no palco.
Chego aos 80. A forma geral do show se deve também ao prazer da volta quase-pós pandêmica aos palcos e a atenção à minha história nessa arte tão amada e bem cultivada pelos brasileiros - mesmo que minhas reservas quanto a meu talento para ela não tenham se desfeito. Caetano Veloso.
Contato: imprensa@unsproducoes.com.br
Ficha Técnica - Turnê Meu Coco
Direção Musical: Caetano, Pretinho da Serrinha e Lucas Nunes
Cenário: Luiz Henrique Sá (com adaptação da obra de Hélio Eichbauer)
Design de luz: Fernando Young e Gabriel Farinon
Banda: Pretinho da Serrinha - Percussão
Lucas Nunes - Guitarra, Violão e Teclado
Alberto Continentino - Baixo Elétrico
Rodrigo Tavares - Teclado, Glockenspiel e MPC
Kainã do Jêje - Percursão e Bateria
Thiaguinho da Serrinha - Percussão, SPDS e Bateria
Técnicos de som: Vavá Furquim e Igor Leite
Iluminação: Gabriel Farinon
Roadies: Pimpa Cruz e Gabriel Gomes
Cenotécnico: Igor Perseke
Stylist: Felipe Veloso
Produção Executiva: João Franklin
Assistente de Produção: Anabella Esteves
Comunicação: Agência Dutra
Produzido por Paula Lavigne
Uma realização UNS Produções Artísticas Ltda 2022
SERVIÇOS: Caetano Veloso na Concha Acústica
Show: Caetano Veloso na Concha Acústica com a tour “Meu Coco”
Data: 05 de novembro de 2022 (sábado)
Local: Concha Acústica
Horário: 19hs
Abertura do acesso: 17:30
Classificação etária: Livre
Valores:
Plateia: R$190 (inteira) e R$95 (meia)
Camarote: R$320 (inteira) e R$160 (meia)
VENDAS Os ingressos para o espetáculo podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro Castro Alves (clique aqui para informações de funcionamento) ou no site e aplicativo da Sympla (www.sympla.com.br). MEIA-ENTRADA - A concessão da meia-entrada é assegurada em 40% do total dos ingressos disponíveis para o evento. - O Teatro Castro Alves cumpre a Lei Federal 12.933 de 29/12/2013, que determina que a comprovação do benefício de meia-entrada é obrigatória para aqueles que gozam deste direito. Clique aqui para mais informações e lista de documentos comprobatórios válidos
Ingressos disponíveis em https://bileto.sympla.com.br/event/77261/d/161956