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O repertório autoral de Alceu Valença é tão vasto e diversificado que permite estar sempre reinventando shows. “Amigo da Arte”, espetáculo inédito que o cantor e compositor apresenta no dia 18 de Abril (sábado), na sala principal do Teatro Castro Alves, é um exemplo. O espetáculo reúne canções que ressaltam o diálogo entre sua obra e suas referências na arte, em especial na literatura. “São músicas em que menciono escritores, poetas, filósofos, cineastas, artistas em geral. É uma tentativa de mostrar a grandeza, diria mesmo iluminista do pensamento humano e como ele pode dialogar com a canção popular”, explica Alceu.



Algumas das canções que estão no repertório do show, buscam essas referências, como Agalopado (do álbum Espelho Cristalino, 1977), em que o artista reúne três referências literárias na mesma obra. Em sintonia com os mineiros Guimarães Rosa (“viro rosa, vereda de espinhos”) e Drummond (“viro pedra no meio do caminho”) e o espanhol Cervantes (“Dom Quixote liberto de Cervantes”), a arte é amiga da dor, do amor, do desengano. Que Grilo Dá (de Mágico, 1984) aproxima o nordeste do João Grilo de Ariano Suassuna ao Macunaíma, o herói sem caráter, do paulista Mario de Andrade, amigos do “riso e desastre do meu Brasil popular”.

A Bahia de Jorge Amado ganha contornos olindenses em Chuva de Cajus (Estação da Luz, 1985). Aos versos “pastores da noite / meu são Jorge Amado / livrai-me do ódio dos apaixonados”, o amigo das letras Jorge retribuiu: “Canto de pássaro, grito de guerra, a caatinga Arida e o verde canavial, o povo nos limites da vida, eis a música de Alceu Valença, terno e profundo menestrel do nordeste” – escreveu.

A canção e a prosa se encontram como conde e passarinho na crônica de Rubem Braga e na letra de Na Primeira Manhã (Coração Bobo, 1980). Lava Mágoas (Cavalo-de-Pau, 1982), parceria de Alceu com Dominguinhos, remete ao “Caso Pluvioso”, de Carlos Drummond de Andrade. Solidão (Mágico, 1984) aponta para a Macondo de Gabriel García Márquez. Como a poesia brasileira é amiga da lusofonia, Loa de Lisboa (Estação da Luz, 1985), exalta a verve de Fernando Pessoa, seguida da récita de “Tabacaria”, um dos maiores momentos do poeta português.

Belle de Jour (Sete Desejos, 1992) aproxima a musa existencialista do cineasta espanhol Luis Buñuel do céu azul e das temperaturas sensuais da praia de Boa Viagem. Do cinema para a pintura, Girassol (Sol e Chuva, 1997), inspirada em Van Gogh, reaproxima a Holanda de Olinda. Tropicana (Cavalo-de-Pau, 1982), deriva das mangas, cajus e outras frutas tropicais que brotam dos traços do artista plástico pernambucano Sérgio de Lemos.

Seixo Miúdo (Rubi, 1986) traz a citação “O homem é o lobo do homem” do filósofo renascentista inglês Thomas Hobbes em sua obra “Leviatã”. E como o tempo é amigo do pensamento, a Embolada do Tempo (Na Embolada do Tempo, 2005) foi concebida pelo compositor para ecoar a máxima do antropólogo pernambucano Gilberto Freyre que “o tempo é tríplice”, onde se vivencia passado, presente e futuro no mesmo tempo e espaço de uma canção. Música em movimento.

Como a canção é amiga da tarde, Anunciação, Belle de Jour, Estação da Luz, Amor Covarde, No Tempo Em Que Me Querias, Papagaio do Futuro – além da recém-lançada Eu Vou Fazer Você Voar reinventam seu próprio tempo.



Local: SALA PRINCIPAL do TCA.
Data:18/04/2020 às 21 horas.
Classificação: Livre.
CAPACIDADE: 1554
POLTRONAS LIVRES


Ingressos disponíveis em : https://www.ingressorapido.com.br/event/33676-1/

Local

Teatro Castro Alves
Campo Grande

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